sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Creatina: perigo ou força?

O suplemento alimentar que mais tem atraído à atenção de jovens que querem ter um corpo escultural.

Por Stephanie Araújo e Tatyane Rabêlo


Os efeitos da Creatina. Foto:Divulgação
A Creatina é uma substância produzida naturalmente pelo corpo humano para que ele possa ter energia. Porém, ela pode ser encontrada também na carne vermelha, no peixe, em suplementos alimentares, no formato de goma de mascar, junto a bebidas e outros alimentos. Alexandre Vitor, 34 anos, formado em Educação Física pela UnB e Personal Trainer entende do uso da creatina para os esportes. “É um suplemento alimentar que tem o intuito de gerar ganho de volume e massa muscular, além de ganho de força. Um corredor gera potência e ao aumentar sua reserva de energia com o suplemento, ele aumenta sua explosão física”, afirma.

Esse suplemento, há décadas, tem sido considerado um dos melhores a garantir o desempenho de pessoas em diversas atividades físicas. Contudo, tem gerado muita polêmica no campo científico sendo proibida no Brasil em 2005 e posteriormente liberada pela ANVISA em 2010, recomendando o uso somente por atletas. 

Letícia Ribeiro, 17 anos, estudante e adepta do suplemento constatou o seu funcionamento. "Gostei do resultado, malhava mais disposta e meu corpo deu uma crescida! Mas eu bebia água 24 horas, pois retém liquido e pode causar pedra nos rins. Sempre fico atenta para beber água quando estou tomando creatina", contou.

Apesar de existirem muitas pesquisas a favor da creatina, existem pessoas que fazem o mau uso da substância e isso pode acarretar em alguns problemas. Cleiton Mold, 33 anos, instrutor de academia, formado em Nutrição e Educação Física atenta sobre o uso indevido da creatina. “A creatina pode causar disfunção renal e doenças hepáticas quando usada em excesso. Já usei o suplemento, mas até 45 dias, não mais do que isso, e nas doses corretas. Ela é muito boa para repor os seus depósitos de ATP e melhorar o desempenho físico de atletas de esporte de curta duração”, adverte.

Ele alertou também sobre as vendas ilegais do suplemento feitas por lojas que podem ser contabilizadas a dedo pela má comercialização da creatina. “Existem lojas que só se interessam em vender o produto, mas em muitas delas não há um nutricionista ou pessoas capacitadas para explicar ao usuário os efeitos de um uso exagerado do suplemento”, explica.

Um estudo divulgado por Guilherme Molina, Guilherme Rocco e Keila Fontana realizado na Universidade de Brasília divulgou que através da suplementação por creatina o desempenho físico de atletas em modalidades de alta intensidade e curta duração diminuíram o índice de fadiga após a ingestão.

Na pesquisa, eles selecionaram 20 atletas entre 18 e 34 anos que participavam de treinos, há três anos, de mountain bike cross country, uma modalidade esportiva capaz de se beneficiar do potencial da creatina, já que é uma competição que precisa de ganhos de força e impulsiona os músculos a trabalharem em busca de mais energia. 

Esses atletas foram divididos em dois grupos de dez, um que ingeriu a substância denominada placebo e o outro a creatina. Os atletas foram avaliados antes e depois da suplementação.

Em análise ao estudo citado, Mold explica que a pesquisa teve um grupo muito restrito e que existem outras pesquisas que mostram o alto potencial do suplemento ou contra, ou a favor. “É a mesma coisa dizer que um grupo x utiliza determinada dose de creatina, enquanto que o grupo y consume uma dose mais elevada. Para uma pessoa que não tem indicações de seu uso pode ter muitos problemas sem entender realmente que deveria procurar um nutricionista. Enquanto que por fora é um atleta que vence, por dentro tem uma baixa qualidade de vida.”

Nino Loss, 37, coordenador de academia, formado em Educação Física considera que a creatina ora pode ser positiva para um grupo de pessoas, ora pode ser negativa para outras. “Às vezes, um profissional receita um suplemento alimentar para uma pessoa que não é atleta, é sedentária e não tem condições de ingerir certa substância. Eu sou contra a suplementação em qualquer pessoa quando não é indicada por um nutricionista ou endocrinologista.”

Os ânimos da suplementação são outros. Enquanto atletas forçam se submeter a determinadas substâncias para se tornarem fortes, pessoas comuns, muitas vezes se arriscam fazendo o mal uso da suplementação em academias.

Jornalismo - 6º semestre Matutino

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