quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Trigo do Cerrado

Uma pesquisa desenvolvida pelo departamento de ciências da UNB comprova a resistência de uma semente, capaz de resistir ao clima seco do cerrado.
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O plantio de trigo nas regiões em que a semente é tratada requer um cuidado especial envolvendo o manejo, o tipo de solo, a técnica usada na plantação, além do clima e do processo de irrigação. No cerrado, onde somente a vegetação nativa consegue superar as altas temperaturas, e os níveis baixos de umidade, é muito complexo desenvolver um processo eficaz, que garanta uma produção de trigo com qualidade, e em tempo hábil.

No entendimento de colaborar com os estudos que permeiam esse sistema, o professor de Agronomia da Universidade de Brasília, UNB, Carlos Alberto da Silva Oliveira, e Doutor em modelagem do crescimento e desenvolvimento de plantas cultivadas, pela Universidade de Michigan, EUA, desenvolveu uma pesquisa durante quatro meses no ano de 2009.

O Projeto foi realizado em uma fazenda da UNB, numa área com cerca de 1080 metros quadrados. A intenção da pesquisa era perceber a reação do trigo BRS 254, também conhecida como trigo irrigado, uma semente que se adapta em regiões com clima parecido com do cerrado.
O processo de plantio é cuidadosamente equilibrado em quantidades de água, que recebem o nome de lâminas, no decorrer do experimento, também foram adicionadas ao solo pequenas quantidades de nitrogênio, fósforo, potássio, e boro.

Para o professor Carlos Alberto, a pesquisa tem o objetivo de analisar a interação entre as lâminas de água e o nitrogênio, ”a expectativa é ver se a interação desses dois agentes interfere no processo de produtividade e qualidade dos grãos”, explica.

As sementes foram plantadas em valas de 20 centímetros de profundidade, ao todo, cerca de 320 grãos foram semeados por metro quadrado. A quantidade de água aplicada não ultrapassou 12 centímetros por canal, os aspersores foram distribuídos de forma linear para não prejudicar a irrigação.

O pesquisador ressalta que a produção desse tipo de trigo no cerrado pode contribuir para o aumento da concorrência, e facilitar a produção local, ”o cultivo em grande escala vai refletir no bolso da comunidade, os produtos derivados do trigo podem ter os preços reduzidos“ conta Carlos Alberto.
A colheita foi feita 111 dias após as plantas saírem do solo, depois que de 90% das espigas terem coloração madura. Para o pesquisador da Embrapa, Júlio César Albrecht, esse tipo de trigo pode render até 650 quilos por hectares, a semente BRS 254 foi desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético da Embrapa. 

Rodrigo Santos
Lielson Maia

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