quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mulheres na Física

A falta de incentivo e o preconceito são os principais empecilhos para que elas ingressem nessa área específica


As mulheres atualmente ocupam grandes cargos no mercado de trabalho, isso é fato. Porém, ainda existem certos preconceitos em determinados campos profissionais ditos de 'homens'. Uma dessas áreas é de Ciências Exatas. Este mercado de trabalho é ainda de predominância masculina. Fatores como a falta de informação, com ênfase na dificuldade do curso, e a ausência de incentivo das autoridades e também familiares, são alguns dos empecilhos vistos por elas. Essa foi à conclusão do artigo - Mulheres na física: poder e preconceito nos países em desenvolvimento, o estudo foi realizado pelas pesquisadoras da Universidade de Brasília Deise Agrello e Reva Garg.

A Doutora em física Reva Garg é indiana e PhD há 40 anos nessa área específica. Reva se interessou pela física, por que sua família tinha tradição na área docente, ela acrescentou que encarou o curso como um desafio. "Sempre fui boa aluna, e facilitou o fato de eu ser de uma família de tradição na área educacional". A pesquisadora ressaltou que teve o privilégio de cursar física pela instrução familiar. Segundo ela quando entrou na faculdade, só havia duas estudantes no curso de física.

A pesquisadora acredita que um dos principais empecilhos para a formação de mulheres nessa área específica é o preconceito. "Desde berço a instrução é que meninas brincam de boneca e meninos de carrinho." Ela afirmou que é necessário haver um equilíbrio na física entre mulheres e homens.
Para estudante de Física do 7º semestre da UnB Gabriela Marques, 20 anos, o interesse pela física veio por curiosidade por causa da astrologia. "Eu tinha muitas perguntas em relação ao comportamento da natureza, por isso resolvi fazer". Grabriela disse nunca ter sofrido nenhum tipo de preconceito, por estudar em um curso de predominância masculina. Entretanto, ela ressaltou que a cobrança por parte dos professores é bem maior.

Segundo o Instituto de Física de Brasília, a UnB tem hoje um total de 384 alunos ativos e desse total 73 são mulheres. Os professores são ao todo 70 sendo somente 15 mulheres na área de física. Para o instituto essa proporção, vem se mantendo mais ou menos constante nos últimos anos. O órgão ressaltou que o curso de física, tem uma baixa procura para ambos os sexos, quando comparado com outros cursos de exatas.

A conclusão que se pode chegar, é que à falta de incentivo é o principal problema para que as mulheres também se interessem pelos cursos de ciências exatas. E quem perde com essa carência de profissionais é a sociedade. Afinal de contas, “A física tem um papel chave na compreensão do mundo em que vivemos”, (citação do artigo) e um olhar feminino certamente ajudaria a compreendê-lo melhor.


Reportagem:
Wéllida Resende
Jussara Resende

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