quinta-feira, 29 de setembro de 2011

É tudo uma questão de estrutura

Estudo comprova que a falta de assistência familiar e educacional provocam prejuízos a saúde psicossocial de adolescentes e jovens


Por Nailine Oliveira e Gabriela Oliveira


Em um mundo que se cobra cada vez mais cedo grandes responsabilidades de jovens e adolescentes e onde "brincadeiras" que há decadas eram tratadas como comuns, hoje criam suicídas, assassinos e adultos deprimidos. Não dá para fugir da obrigação de discutir fatores que possam servir para prevenir essas situações.


O professor e pesquisador Afonso Celso Tanus Galvao realizou uma pesquisa com 852 adolescentes e jovens, entre 13 e 27 anos, cursando o ensino médio em escolas públicas do Distrito Federal, que responderam a um questionário com 109 questões sobre risco e proteção em seu desenvolvimento. A pesquisa apontou que os jovens pesquisados apresentam a capacidade de superar situações críticas demonstrando a confiança que depositam em si mesmos e na rede composta por escola, família e amigos.


Segundo sua pesquisa não só os fatores pessoais como a auto-estima, mas a religiosidade-espiritualidade também proporciona proteção à esses adolescentes e jovens. Uma vez que mostram capacidade em manter, mesmo em situações adversas, a confiança em si mesmos a rede de proteção começa a ser ativada” acrescenta Galvao.


No entanto, o pesquisador chama atenção em sua pesquisa para a grandiosidade dessa questão. No estudo foram considerados jovens inseridos num ambiente escolar e familiar, que bem ou mal, garante a maioria desses fatores de proteção.

Galvão ressalta também a atenção especial que principalmente deve ser dada pelo Estado para garantir a segurança psicológica e social desses jovens.


A pedagoga Valéria Aragão ressalta que a família deve estabelecer diálogo, receptividade, acolhimento e aceitação e o Estado e a escola complementarem a ação da família promovendo oficinas, palestras e seminários que incentivem os jovens e adolescentes a sair da zona de risco psicossocial.

Ela acrescenta que se um garoto estuda e precisa trabalhar o que a mãe pode fazer para o incentivar e o proteger dessa zona é acordar cedo, fazer seu café da manhã e se preocupar em como ele está, pois assim ela vai alimentá-lo não só fisicamente, mas emocionalmente também. “Tudo isso é uma cadeia de incentivo, pois a família apoia, a escola e o Estado incentivam e a religião complementa os valores, ou seja, uma completa a outra”, afirma Valéria.

     A partir desses dados entende-se então que sem o mínimo de assistência familiar e educacional, os jovens e adolescentes estão ainda mais sucetíveis a fatores de risco como uso tráfico de drogas, casos e vivências de violência e certos fenômenos mentais negativos como depressão e suicídio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diz aí, o que achou deste texto?