quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A mancha que afeta os tomateiros

Na tentativa de lidar com o fungo que atinge os tomateiros de todo o Brasil, o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ailton Reis, desenvolveu uma pesquisa realizada em Brasília, para testar a resistência e reação dos tomateiros (So¬lanum lycopersicum L.) quando entram em contato com os fungos.


A mancha-de-estenfílio do tomateiro, causada por dois fungos Stemphylium solani e S. lycopersici, afeta as folhas, e com isso, é considerada como uma doença secundária, pois não destrói a planta totalmente.


A pesquisa aconteceu em duas fases. Na primeira, 109 amostras de tomateiros cultivados e silvestres foram avaliadas. Depois de dezoito dias plantadas e já nascidas as mudas, as plantas são transplantadas, ou seja, são plantadas de novo para que possam receber os fungos. Este processo é chamado de inoculação. Os tomateiros foram avaliados quinze dias após esse processo, e os sobreviventes à primeira fase, passaram para segundo experimento. No total 58 plantas, sobreviveram à etapa inicial.


A segunda fase, os tomateiros foram avaliados de dois em dois dias, usando como base, o período de incubação, o avanço da doença nas plantas e avaliando numa escala de 0 a 5. Trinta e cinco plantas foram resistentes aos fungos. O pesquisador Ailton Reis vê esses tomateiros como os que contém os genes resistentes aos fungos. “Essa resistência para Stemphylium pode ser útil em futuras ações de pesquisa dentro de programas de melhoramento genético do tomateiro bem como para o manejo integrado da doença”, explica.


Em escala global, o tomateiro é uma das principais hortaliças em termos de área de plantio, consumo e importância sócio-econômica, sendo que o Brasil figura como um dos principais produ¬tores. A cultura do tomateiro é afetada por várias doenças diferentes, sendo que os fun¬gos são responsáveis por mais de 90% delas. A mancha foliar cinza ou man¬cha-de-estenfílio tem se destacado, nos últimos anos, como uma das principais doenças fúngicas desta hortaliça.


“Por se espalharem rapidamente, acabar com esses fungos é impossível, o nosso objetivo com a pesquisa é tentar entender a sua ação no tomateiro e, assim, desenvolvermos técnicas e lidar da melhor forma com eles para causar menos danos possível”, ressalta Reis.


No primeiro processo, 49,5% dos tomateiros demonstraram resistência aos dois fungos. Enquanto que na segunda fase, apenas 2,7%, sendo essa reação considerada segregante.


Por: Jefferson Guimarães, Talita Mota e Mishelly Coelho

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